Seeb/MT participou do IV Fórum pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro
16/11/2017
O secretário de assuntos jurídicos do Seeb/MT e funcionário do BB, Marcílio Silva de Lima, participou do IV Fórum pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado em Recife (PE), nos dia 09 e 10 de novembro. O Fórum foi promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com o apoio da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE) e do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
De acordo com o Marcilio o evento teve por objetivo fortalecer o debate sobre a construção da igualdade racial nos bancos. O tema sido pautado constantemente nas mesas de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
A palestra de abertura, proferida pelo filósofo e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Ronaldo Barros, abordou questões sobre o racismo, a divisão racial do trabalho e as desigualdades históricas. Forjado na escola marxista, Barros defendeu que “a desigualdade econômica é também desigualdade racial”. Segundo o professor, ainda hoje, as regiões mais ricas do país são predominantemente brancas.
O palestrante destacou, oportunamente, que a baixa representatividade dos negros na Câmara Federal e no Senado se reflete no aprofundamento das desigualdades e aponta caminhos. “São as políticas públicas afirmativas e as mudanças constitucionais que aparecem como soluções para dirimir o nível de desigualdade estrutural que existe no Brasil”, afirmou.
Militante do movimento negro, Zé de Oliveira discutiu a ausência do negro no mercado de trabalho e fez críticas ao ''embranquecimento'' da academia. “Toda a situação da classe trabalhadora começa há 129 anos com a assinatura da Lei Áurea. O que houve naquele momento foi uma falsa abolição, porque nós continuamos escravos do capital especulativo”, avaliou.
Na visão da secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, as perspectivas trazidas pela academia e pela militância confirmam que mesmo com a abertura de espaços para a população negra, ainda é preciso avançar bastante para minimizar as desigualdades. “A discussão da invisibilidade negra no sistema financeiro começou desde que foi desenhado o ''rosto do bancário'' com o resultado do Censo da Diversidade -2014. Nós vimos que o negro não existe no sistema financeiro como funcionário, principalmente, nos cargos de chefia. O debate de hoje é fundamental para subsidiar as propostas que iremos apresentar na sexta (10) para a minuta da categoria”, destacou.
Além de Sandra Trajano, participam do evento a secretária da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa, e o diretor da entidade, Rubens Nadiel. “É muito importante estarmos unidos neste fórum para abrir os olhos da categoria sobre a invisibilidade negra no sistema financeiro. Os negros devem ser vistos como pessoas com capacidades como todas as demais, contudo, assegurar oportunidades equânimes é fundamental para reduzir as desigualdades raciais”, pontuou Eleonora.
A programação seguiu durante a tarde com a análise dos dados do Censo da Diversidade – 2014 e da Relação Anual de Informações Sociais - 2016; e palestras sobre racismo e discriminação no trabalho; conquistas históricas e retrocessos no governo golpista; impactos da reforma trabalhista para a população negra; e os avanços das políticas afirmativas do governo Lula.
Nesta sexta-feira (10), os participantes irão avaliar os pontos de combate ao racismo do marco legal das entidades e debater seus desafios e compromissos no combate à discriminação racial.
Fonte: SEEB/MT com Contraf-CUT
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