Pesquisa científica destaca o direito à desconexão do trabalho na percepção do
quinta-feira, 17 de abril de 2025.
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Pesquisa científica destaca o direito à desconexão do trabalho na percepção dos bancários

09/04/2025


O Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades (CRH) da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) publicou, em dezembro de 2024, o artigo científico “O direito à desconexão do trabalho na percepção dos bancários”. O estudo, divulgado no Caderno CRH, revista de Ciências Sociais vinculada ao Centro, traz uma análise envolvendo a percepção dos bancários e de suas entidades representativas sobre a limitação da quantidade de horas trabalhadas pela categoria.

O artigo, de autoria de Valéria Simas Schultz, Rosalvo Ermes Streit e Ana Paula Bernardi, aponta que a limitação das horas trabalhadas “têm se mostrado insuficiente para garantir que o trabalhador esteja verdadeiramente usufruindo do seu tempo livre para descansar, restabelecer as suas forças ou para fazer o que bem lhe prouver em sua vida privada”.

A pesquisa trata do “direito à desconexão do trabalho, que tem por objetivo garantir que o trabalhador não labore e que não seja acionado, especialmente por sistemas e dispositivos eletrônicos, fora do horário e dos dias de sua jornada, sem que sofra qualquer represália por não estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana” para servir ao sistema financeiro. “Dentre os achados destaca-se que as tecnologias são utilizadas de forma intensa no trabalho a distância, que os benefícios tendem a superar as consequências negativas e que a regulamentação legislativa do tema é a maneira mais adequada e efetiva para garantir o direito à desconexão do trabalho, na percepção dos bancários e de suas entidades representativas”.

Uma parceria frutífera

O estudo tem grande importância para a compreensão das lutas que a categoria desenvolve, resgata as históricas mobilizações da classe trabalhadora, desde o século XIX, em defesa das “8 horas de trabalho, 8 de repouso e 8 de educação”, efetivadas constitucionalmente depois de muitos enfrentamentos entre os trabalhadores e os patrões. As novas tecnologias têm alterado duramente essa conquista, a qual dá uma “falsa expectativa de maior liberdade ao trabalhador”, diz o artigo.

Os autores destacam a colaboração e o empenho do Sindicato dos Bancários de Brasília para a realização da pesquisa. “Os dados coletados foram suficientes em quantidade e qualidade para subsidiar análises e conclusões, que foram consubstanciadas na dissertação”, afirmam.

A parceria vai continuar, agora para fomentar a divulgação do estudo, com debates com a base, para estimular boas práticas e combater os efeitos maléficos para a saúde e física e mental dos bancários em decorrência da desconexão insuficiente do trabalho.

  • Leia o trabalho na íntegra, o que subsidiará o debate dentro da categoria e suas lutas diante do alto desenvolvimento das plataformas tecnológicas e maior concentração de riquezas.

    Pedro César Batista
    Colaboração para o Sindicato
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